Foram "motivos familiares", a par de uma bolsa de estudo, que em 1998 trouxeram o físico britânico Jonathan Davies do Imperial College, de Londres, par a o Instituto Superior Técnico, em Lisboa. "Em 1996 estava a escrever a minha tese de doutoramento na área de lasers e plasmas quando conheci a minha mulher (portuguesa) que tinha vindo trabalhar no departamento de química durante o Verão, antes de fazer a licenciatura", explicou.
Foi depois de dois anos de namoro à distância que veio para Portugal, a o concorrer com êxito a uma bolsa para trabalhar no Grupo de Lasers e Plasma do IST. Desde então, tornou-se investigador auxiliar no Laboratório Associado de Fusão e Tecnologia de Plasmas e está agora envolvido no desenho do laser HIPER , um projecto europeu de três anos orçado em 60 milhões de euros.
Outros cientistas estrangeiros encontraram oportunidades de trabalho na Universidade do Algarve, cujo Centro de Ciências do Mar, por exemplo, conta com seis investigadores de vários países. Os que estão há mais tempo na região, desde 1990, são a britânica Deborah M. Power, especialista em "endocrinologia molecular comparativa", e o marroquino Karim Erzini, que trabalha em "dinâmica de populações" e "avaliação e gestão de recursos pesqueiros". São ambos responsáveis por grupos de investigação nas suas respectivas áreas e chegaram a Portugal por "motivos pessoais".
"Casei-me com uma colega portuguesa que conheci quando estávamos ambos a fazer o doutoramento na Universidade de Rhode Island (Estados Unidos) em oceanografia biológica", disse Karim Erzini, 47 anos, à agência Lusa. "Tínhamos até o mesmo orientador".
"Embora nunca tivesse pensado vir para Portugal", confessa, o destino trocou-lhe as voltas. Mas não muito: está a curta distância da sua cidade natal, Tanger, aonde se desloca regularmente, no Verão e no Natal.
"Em poucas horas chego a Tarifa ou Algeciras, de onde posso embarcar para Tanger a tempo de almoçar com a minha mãe", referiu Karim Erzini, que é especialista, na área das pescas, em "dinâmica de populações e avaliação e gestão de recursos".
Uma experiência positiva
Para Deborah Power, "trabalhar em Portugal tem sido uma experiência muito positiva e um privilégio", tendo em conta a evolução que tem notado desde a sua chegada há 16 anos, "quando os recursos e infra-estruturas estavam concentrados em Lisboa e no Porto".
"Espero que Portugal possa consolidar o que já alcançou e resolver problemas e falhas do sistema, para manter e atrair jovens cientistas", disse à Lusa esta docente, cujo grupo de investigação identificou recentemente uma nova hormona nos peixes, do tipo paratiróide, com possível impacto tanto na biologia, na aquacultura e mesmo na medicina humana.
"Os últimos 16 anos têm sido excitantes, com mais pontos altos do que baixos, graças ao crescente investimento na Ciência, que se reflecte num gradual aumento da produtividade científica", afirmou. "Se Portugal continuar a tratar de forma igualitária os vários centros de investigação, e não voltar ao velho sistema centralizado, antevejo muito mais anos produtivos neste país", concluiu.
A investigar no mesmo Centro de Ciências do Mar está também o holandês Aschwin Engelen, que chegou há quatro anos e meio ao Algarve com a mulher, para umas curtas férias, vindos de Curaçau, uma ilha das Caraíbas.
"Gostei do clima, na natureza, da atmosfera e do calor humano dos portugueses, e acabei por entrar num projecto de investigação sobre uma alga invasiva , o Sargassum muticum, porque era um dos poucos europeus com experiência em sargaços", referiu à Lusa.
Agora já tem dois filhos nascidos em Portugal, com 3 e 2 anos, bilingues e apesar do baixo vencimento, comparativamente à Holanda, sente-se compensado com a qualidade de vida que tem em Portugal, "de longe o melhor país que conheço para as crianças crescerem".
Virado para os sargaços
Onno Diekmann, outro doutorado holandês a fazer investigação sobre sargaços no Algarve com bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), veio para Portugal porque queria trabalhar fora do seu país e se candidatou com êxito a um lugar nesta universidade. Além disso, gosta das condições de trabalho e da boa atmosfera do grupo de Ecologia e Evolução Marinha da professora Ester Serrão, em que trabalha, para não falar do clima, que muito aprecia.
Finalmente, o endocrinologista e electrofisiologista britânico Peter Hubbard disse à Lusa ter chegado a Portugal "por acidente". E isso porque procurav a trabalho e soube casualmente, num congresso, que a Universidade do Algarve tinha uma vaga na sua área de investigação. Trabalha como pós-doutorado em Portugal desde 1998 e é investigador auxiliar desde 2002. As feromonas, a comunicação química e o olfacto nos peixes são as suas áreas privilegiadas de estudo.
Foi depois de dois anos de namoro à distância que veio para Portugal, a o concorrer com êxito a uma bolsa para trabalhar no Grupo de Lasers e Plasma do IST. Desde então, tornou-se investigador auxiliar no Laboratório Associado de Fusão e Tecnologia de Plasmas e está agora envolvido no desenho do laser HIPER , um projecto europeu de três anos orçado em 60 milhões de euros.
Outros cientistas estrangeiros encontraram oportunidades de trabalho na Universidade do Algarve, cujo Centro de Ciências do Mar, por exemplo, conta com seis investigadores de vários países. Os que estão há mais tempo na região, desde 1990, são a britânica Deborah M. Power, especialista em "endocrinologia molecular comparativa", e o marroquino Karim Erzini, que trabalha em "dinâmica de populações" e "avaliação e gestão de recursos pesqueiros". São ambos responsáveis por grupos de investigação nas suas respectivas áreas e chegaram a Portugal por "motivos pessoais".
"Casei-me com uma colega portuguesa que conheci quando estávamos ambos a fazer o doutoramento na Universidade de Rhode Island (Estados Unidos) em oceanografia biológica", disse Karim Erzini, 47 anos, à agência Lusa. "Tínhamos até o mesmo orientador".
"Embora nunca tivesse pensado vir para Portugal", confessa, o destino trocou-lhe as voltas. Mas não muito: está a curta distância da sua cidade natal, Tanger, aonde se desloca regularmente, no Verão e no Natal.
"Em poucas horas chego a Tarifa ou Algeciras, de onde posso embarcar para Tanger a tempo de almoçar com a minha mãe", referiu Karim Erzini, que é especialista, na área das pescas, em "dinâmica de populações e avaliação e gestão de recursos".
Uma experiência positiva
Para Deborah Power, "trabalhar em Portugal tem sido uma experiência muito positiva e um privilégio", tendo em conta a evolução que tem notado desde a sua chegada há 16 anos, "quando os recursos e infra-estruturas estavam concentrados em Lisboa e no Porto".
"Espero que Portugal possa consolidar o que já alcançou e resolver problemas e falhas do sistema, para manter e atrair jovens cientistas", disse à Lusa esta docente, cujo grupo de investigação identificou recentemente uma nova hormona nos peixes, do tipo paratiróide, com possível impacto tanto na biologia, na aquacultura e mesmo na medicina humana.
"Os últimos 16 anos têm sido excitantes, com mais pontos altos do que baixos, graças ao crescente investimento na Ciência, que se reflecte num gradual aumento da produtividade científica", afirmou. "Se Portugal continuar a tratar de forma igualitária os vários centros de investigação, e não voltar ao velho sistema centralizado, antevejo muito mais anos produtivos neste país", concluiu.
A investigar no mesmo Centro de Ciências do Mar está também o holandês Aschwin Engelen, que chegou há quatro anos e meio ao Algarve com a mulher, para umas curtas férias, vindos de Curaçau, uma ilha das Caraíbas.
"Gostei do clima, na natureza, da atmosfera e do calor humano dos portugueses, e acabei por entrar num projecto de investigação sobre uma alga invasiva , o Sargassum muticum, porque era um dos poucos europeus com experiência em sargaços", referiu à Lusa.
Agora já tem dois filhos nascidos em Portugal, com 3 e 2 anos, bilingues e apesar do baixo vencimento, comparativamente à Holanda, sente-se compensado com a qualidade de vida que tem em Portugal, "de longe o melhor país que conheço para as crianças crescerem".
Virado para os sargaços
Onno Diekmann, outro doutorado holandês a fazer investigação sobre sargaços no Algarve com bolsa da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), veio para Portugal porque queria trabalhar fora do seu país e se candidatou com êxito a um lugar nesta universidade. Além disso, gosta das condições de trabalho e da boa atmosfera do grupo de Ecologia e Evolução Marinha da professora Ester Serrão, em que trabalha, para não falar do clima, que muito aprecia.
Finalmente, o endocrinologista e electrofisiologista britânico Peter Hubbard disse à Lusa ter chegado a Portugal "por acidente". E isso porque procurav a trabalho e soube casualmente, num congresso, que a Universidade do Algarve tinha uma vaga na sua área de investigação. Trabalha como pós-doutorado em Portugal desde 1998 e é investigador auxiliar desde 2002. As feromonas, a comunicação química e o olfacto nos peixes são as suas áreas privilegiadas de estudo.